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Questão de Concurso #2 - Caso de Bioquímica Clínica | Biomedicina Padrão

Questão de Concurso #2 - Caso de Bioquímica Clínica

Por Brunno Câmara - quinta-feira, maio 18, 2023


Questão de prova objetiva do concurso público para o cargo de biomédico da EBSERH (2015) elaborada pela banca Instituto AOCP.

Um homem de 60 anos foi ao médico com icterícia visível. Não sentia dor, mas notou perda de peso e também que as fezes estavam com cor pálida. Ele bebia moderadamente e não estava fazendo uso de medicamentos. Os resultados dos exames foram: AST: 87 U/L; ALT: 92 U/L; Fosfatase alcalina 850 U/L; Bilirrubinas: 3,5 mg/dL. Qual é o diagnóstico?

Valores de referência: AST: 8 a 40 U/L; ALT: 5 a 35 U/L; Fosfatase alcalina: 13 a 50 U/L; Bilirrubinas: 0,5 a 1,2 mg/dL.

A) O paciente apresenta um dano renal representado pela alteração das transaminases. 

B) O paciente apresenta um dano hepático biliar representado pelo aumento da bilirrubina e aumento da atividade da fosfatase alcalina. 

C) O paciente tem doença cardíaca, representada pelas transaminases. 

D) O paciente tem doença nos ossos, representada pela alteração da fosfatase alcalina. 

E) O paciente tem gastrite, representada pela alteração da AST.

Antes de continuar a leitura do texto, quero te convidar para conhecer meus cursos:

Continue agora com a sua leitura do texto. Espero que goste.

Reposta comentada da questão:

Vamos começar pela clínica do paciente. 

As duas principais causas de icterícia são: doença hemolítica e doença hepatobiliar.

A presença de fezes pálidas indica obstrução das vias biliares. Ou seja, a bilirrubina não está conseguindo chegar no intestino.

Leia mais: Tudo o que um Biomédico precisa saber sobre a Bilirrubina

Consequentemente, observamos aumento de bilirrubinas séricas no paciente. 

Adicionalmente, as transaminases (AST e ALT) e fosfatase alcalina estão elevadas. Todos esses marcadores, em conjunto, estão relacionados à avaliação laboratorial do fígado.

Para avaliar um possível dano renal teríamos que ter acesso a resultados de exames como creatinina e ureia séricas e depuração de creatinina.

Em algumas doenças cardíacas a AST pode estar elevada, porém para avaliar melhor essa condição clínica teríamos que ver também dados sobre CKtroponina cardíaca e lipidograma.

Além de aumentar em doenças hepatobiliares, a fosfatase alcalina também pode estar elevada em doenças ósseas. Porém, para ter uma ideia se a origem é hepática ou óssea, deve-se analisar seus resultados com os de Gama-GT.

  • Origem hepática = aumento de FAL e GGT
  • Origem óssea = aumento de FAL e GGT normal

A clínica e os exames do paciente não têm relação direta com a avaliação de gastrite.

Sendo assim, o gabarito é a Letra B.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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