O que o Biomédico precisa saber sobre a Coagulopatia associada à COVID-19
Por Brunno Câmara - sexta-feira, abril 24, 2020
O padrão mais comum de coagulopatia observado nos pacientes hospitalizados com o COVID-19 é caracterizado pela elevação de fibrinogênio e dos níveis de D-dímero.
Essas alterações correlacionam-se com o aumento de marcadores inflamatórios, como a proteína C reativa.
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Ao contrário do padrão encontrado na coagulação intravascular disseminada (CIVD) causada por sepse bacteriana ou trauma, na COVID-19, o grau de elevação do TTPA é geralmente menor que a elevação do TAP, a trombocitopenia é leve (plaquetas ~100.000/µL) e não há presença de microangiopatia.
Alterações laboratoriais em pacientes com COVID 2019
Alguns pacientes com doença grave podem desenvolver CIVD com ativação fulminante da coagulação e consumo dos fatores da coagulação.
Isso reflete numa contagem de plaquetas abaixo de 50.000/µL, prolongamento tanto de TAP quanto de TTPA, importante elevação do D-dímero e diminuição de fibrinogênio ( < 1,0 g/L).
Observou-se que os níveis de fibrinogênio diminuem drasticamente no decorrer de três dias.
O que o Biomédico precisa saber sobre o diagnóstico laboratorial da COVID-19
A piora nos resultados desses exames indica uma gravidade progressiva da infecção e pode predizer a necessidade de um cuidado intensivo mais agressivo.
Essa medida independe de resultados anormais dos testes de coagulação e deve ser feita na ausência de sangramento ativo.
Deve-se manter a administração de heparina somente se a contagem de plaquetas for inferior a 25.000/µL ou fibrinogênio menor que 0,5 g/L.
TAP e TTPA anormais não são uma contraindicação para a tromboprofilaxia farmacológica.
American Society of Hematology. COVID-19 and VTE/Anticoagulation: Frequently Asked
Questions. April 17, 2020 (link).
Klok, F A et al. Incidence of thrombotic complications in critically ill ICU patients with COVID-19. Thrombosis research, 2020, doi:10.1016/j.thromres.2020.04.013
Alterações laboratoriais em pacientes com COVID 2019
Alguns pacientes com doença grave podem desenvolver CIVD com ativação fulminante da coagulação e consumo dos fatores da coagulação.
Isso reflete numa contagem de plaquetas abaixo de 50.000/µL, prolongamento tanto de TAP quanto de TTPA, importante elevação do D-dímero e diminuição de fibrinogênio ( < 1,0 g/L).
Observou-se que os níveis de fibrinogênio diminuem drasticamente no decorrer de três dias.
O que o Biomédico precisa saber sobre o diagnóstico laboratorial da COVID-19
Quais parâmetros utilizar para o acompanhamento dos pacientes?
A recomendação é o monitoramento de:- TAP;
- TTPA;
- D-dímero;
- Fibrinogênio;
A piora nos resultados desses exames indica uma gravidade progressiva da infecção e pode predizer a necessidade de um cuidado intensivo mais agressivo.
Anticoagulação profilática
É recomendada a profilaxia com heparina de baixo peso molecular (LMWH) para todos os pacientes hospitalizados com COVID-19, a menos que o risco de hemorragia exceda o risco de trombose.Essa medida independe de resultados anormais dos testes de coagulação e deve ser feita na ausência de sangramento ativo.
Deve-se manter a administração de heparina somente se a contagem de plaquetas for inferior a 25.000/µL ou fibrinogênio menor que 0,5 g/L.
TAP e TTPA anormais não são uma contraindicação para a tromboprofilaxia farmacológica.
Referências
American Society of Hematology. COVID-19 and Coagulopathy: Frequently Asked Questions. April 14, 2020 (link).American Society of Hematology. COVID-19 and VTE/Anticoagulation: Frequently Asked
Questions. April 17, 2020 (link).
Klok, F A et al. Incidence of thrombotic complications in critically ill ICU patients with COVID-19. Thrombosis research, 2020, doi:10.1016/j.thromres.2020.04.013