Informações importantes sobre centrífugas que todo biomédico deve saber
Por Brunno Câmara - sexta-feira, outubro 04, 2019

Centrífugas são usadas em vários tipos de laboratório para separar fluidos e líquidos baseado na densidade. Em laboratórios de pesquisa, elas são utilizadas para purificação de células, organelas, vírus, proteínas e ácidos nucleicos.
Antes de continuar a leitura do texto, quero te convidar para conhecer meus cursos:
- Hematologia básica clique aqui
- Anemias clique aqui
- Onco-hematologia clique aqui
- Interpretando o hemograma clique aqui
- Curso de Hematologia (10% off) clique aqui
- Preparatório de Análises Clínicas para Residência e Concurso clique aqui
Continue agora com a sua leitura do texto. Espero que goste.
O exemplo mais clássico do uso da centrífuga no laboratório clínico é a separação dos componentes do sangue total (hemácias, plaquetas e plasma).
Para se obter o soro, é necessário deixar que ocorra a formação do coágulo para então depois centrifugar a amostra. O plasma também é obtido após a centrifugação, porém a amostra é coletada com algum anticoagulante, como EDTA, citrato de sódio, entre outros.

Eu já expliquei detalhadamente qual a diferença entre plasma e soro aqui no blog. Confira aqui.
Como a centrifugação ocorre
A centrífuga separa partículas suspensas num líquido, de acordo com:- Tamanho e densidade da partícula;
- Viscosidade do meio;
- Velocidade do rotor.
Em uma solução, a força gravitacional fará com que as partículas com maior densidade que o solvente "afundem", ou seja, vão para o fundo do recipiente/tubo. As partículas com menor densidade ficam na parte superior.

A centrifugação aproveita-se até mesmo de diferenças mínimas de densidade para separar partículas numa solução.
Quando o rotor gira em torno de um eixo central, uma força centrífuga é gerada fazendo com que as partículas movam-se para longe do eixo de rotação.
Se essa força centrífuga for maior que as forças de flutuação do líquido e as forças friccionais das partículas, as partículas irão sedimentar.
Confira também - 5 dicas para utilizar a centrífuga com segurança
Tipos de rotores de centrífuga
Os dois tipos de rotor mais comuns são: ângulo fixo e basculante (horizontal).
O rotor de ângulo fixo comporta os tubos numa posição e ângulo fixos, em relação ao eixo vertical de rotação (até 45º). A centrifugação fará com que as partículas se sedimentem no fundo e na lateral do tubo.
O rotor com caçapa (bolso) basculante, ou horizontal, permite com que os tubos saiam da posição vertical inicial e fiquem paralelos à horizontal durante a centrifugação. Como resultado, o sedimento irá se formar no fundo do tubo.

Os rotores com ângulo fixo são ideais para se obter o pellet (precipitado), tanto para remover as partículas de uma suspensão quanto para recuperar o pellet. Os rotores com caçapa basculante são melhores para separar amostras com grandes volumes em velocidades menores e também separar amostras em gradientes de densidade.
Velocidade da centrífuga
As centrífugas podem ser classificadas de acordo com a velocidade máxima que ela pode atingir. Essa velocidade comumente é medida em Rotações Por Minuto (RPM).
As velocidades variam entre 0 e 7.500 RPM, para centrífugas de baixa velocidade, chegando até 20.000 RPM ou mais.
A velocidade do rotor da centrífuga geralmente é expressa em Força Centrífuga Relativa (RCF) em unidades de gravidade (x g) para vários experimentos e técnicas. Porém, muitas centrífugas mostram a velocidade em RPM, então é necessário converter os valores para garantir as condições experimentais corretas.
Para converter RPM para RCF, a seguinte fórmula é utilizada:
g = (1.118 x 10-5) R S²
R: raio do rotor em centímetros / S: velocidade em RPM
Tamanho da centrífuga
Basicamente, existem modelos de centrífugas que são tão grandes que são instaladas no chão, e as mais convencionais nos laboratórios, que ficam nas bancadas.

Centrífugas de chão oferecem maior capacidade de amostras e podem atingir maiores velocidades. Centrífugas ultravelozes podem chegar a 70.000 x g (RCF), e ultracentrífugas geralmente usadas para extração de RNA e DNA podem chegar a 1.000.000 x g.
As centrífugas de bancada ocupam um espaço menor, e são ideias para aplicações em geral. Existem modelos de alta velocidade, microcentrífugas etc. É a mais comum de encontrarmos nos laboratórios clínicos.
Com informações de Lab Manager
Com informações de Lab Manager