De acordo com a Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica, a Síndrome Metabólica (SM) é caracterizada por um conjunto de fatores de riscos que se manifestam em um indivíduo e que aumentam a chance de desenvolver doenças cardiovasculares, derrames e doenças crônicas.
A SM tem como base inicial a resistência insulínica que cursam com diversas alterações metabólicas, devido a fatores genéticos, excesso de peso (principalmente na região abdominal) e a ausência de atividade física, o que pode levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Antes de continuar a leitura do texto, quero te convidar para conhecer meus cursos:
- Hematologia básica clique aqui
- Anemias clique aqui
- Onco-hematologia clique aqui
- Interpretando o hemograma clique aqui
- Curso de Hematologia (10% off) clique aqui
- Preparatório de Análises Clínicas para Residência e Concurso clique aqui
Continue agora com a sua leitura do texto. Espero que goste.
A combinação de três ou mais dos seguintes componentes leva ao desenvolvimento da SM, que são:
- Sobrepeso ou obesidade;
- Diabetes Mellitus tipo 2 ou com histórico de diabetes na família;
- Hiperglicemia;
- Hipertrigliceridemia;
- HDL abaixo de 40 mg/dL;
- Hipertensão Arterial Sistêmica;
- Sedentarismo;
- Tabagismo;
- Consumo de álcool;
- Estresse.
O impacto destes fatores de risco indica uma maior taxa de mortalidade a partir dos 40 anos de idade.
Como complicações da síndrome metabólica podem citar a esteatose hepática, hepatopatias não alcoólicas, estado pró-inflamatório e pró-trombótico, e o surgimento da aterosclerose que pode desencadear o infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral.
Em 1980, Reaven observou que hipertensão, hiperglicemia e alterações no colesterol estavam associadas com a obesidade e a resistência insulínica, anos depois confirmou a associação com doenças cardiovasculares.
A partir disso começaram os estudos mais aprofundados, e hoje se sabe que a SM está relacionada com uma mortalidade 2 a 3 vezes maior por causas cardiovasculares do que indivíduos que não têm a doença. A prevalência de vários fatores de risco tem aumentado na população brasileira, particularmente em crianças e adolescentes, pois vários estudos realizados mostram que 60% das crianças e adolescentes estão com excesso de peso.
De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente no Brasil estima-se que 1 a 4 pessoas sofrem de SM, e que 2,3 bilhões de adultos apresentam sobrepeso, estima-se também que até 2025 terá 700 milhões de obesos, tudo isso devido às alterações nos hábitos alimentares e a adoção de um estilo de vida sedentário, contribuindo para a epidemia de doenças como a obesidade, o diabetes mellitus e a hipertensão arterial, condições que por sua vez cursam com alterações lipídicas, hipercoagulabilidade, levando a um risco aumentado de doença cardiovascular, e isso têm se tornado importante problema de saúde pública mundial.
Sendo assim, a obesidade, hipertensão, diabetes e dislipidemia são conhecidos por vários autores como o “quarteto mortal”. Portanto, o diagnóstico da SM é realizado através de exames laboratoriais e clínicos do paciente, entre eles:
- Glicemia de jejum, teste de tolerância oral à glicose (TOTG);
- Dosagem do HDL - colesterol, LDL, VLDL, triglicérides e colesterol total;
- A dosagem de creatinina, ácido úrico, microalbuminúria, e o eletrocardiograma são outros exames complementares que podem ser solicitados.
A avaliação do histórico pessoal, o uso de medicamentos, medida do IMC e da circunferência abdominal, aferição da pressão arterial são indispensáveis no diagnóstico.
Como forma de prevenção é indicado a prática diária de exercícios físicos com duração mínima de 30 minutos, perda de peso, dieta balanceada, redução da ingestão de açúcar e sódio, e pode ainda ser necessário o uso de medicamentos prescritos pelo médico para tratamento dos fatores de risco envolvidos.
Portanto, se você se identificou com alguns dos fatores descritos no decorrer dessa publicação, procure seu médico para fazer uma avaliação.
Autora do Texto: Fernanda Mota – Acadêmica do 8º Período de Biomedicina da PUC GOIÁS e Diretora de Marketing da LABIC sob orientação do Profº Orientador: Amarildo Lemos.
Referências
- Carvalho M.H.C.. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, Abril 2005:1-28;
- Souza M. et al. Marcadores laboratoriais da síndrome metabólica em pacientes atendidos em um hospital universitário do recife. Ciências Biológicas e de Saúde Unit | Facipe | v. 3 | n. 1 | p. 95-106 | Junho 2017;
- Kauane, M. et al. Identificação de fatores de risco para o desenvolvimento de síndrome metabólica e doença cardiovascular em estudantes universitários. Cadernos da Escola de Saúde, Curitiba, v 2: 50-62.2013;
- Xavier H. T et al. V diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose. Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X • Volume 101, Nº 4, Supl. 1, Outubro 2013;
- www.endocrino.org.br/sindrome-metabolica;
- www.einstein.br – Hospital Israelita A. Einstein.