Discussão sobre os valores de referência para Vitamina D
A Vitamina D é importante no equilíbrio entres os níveis séricos de cálcio e fósforo para um bom funcionamento do metabolismo, principalmente da mineralização óssea. Está envolvida no desenvolvimento do tecido ósseo, sendo essencial durante a infância e adolescência.
Novos estudos mostram que a vitamina D é um importante regulador de processos patogênicos, como doenças autoimunes, cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Além disso, é importante na inibição da proliferação celular e angiogênese, indução da diferenciação celular e promoção da apoptose.
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Valores de referência de vitamina D
A avaliação laboratorial da vitamina D é realizada, principalmente, por meio da dosagem sérica do metabólito 25-hidroxivitamina D, também conhecido como 25(OH)D.
Modelo esquemático do metabolismo da vitamina D
Durante o 51º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (CBPCML), o tema foi abordado na conferência “Avaliação crítica dos pontos de corte para Vitamina D”. O palestrante, Jos Wielders, da Holanda, apresentou dados da literatura que corroboram o uso dos limites de corte de 20 ou 30 ng/mL. Apesar de não existir consenso, o conferencista sugeriu que o ideal é manter os níveis entre 30 e 50 ng/mL.
Os valores de vitamina D que grande parte dos laboratórios utiliza em seus laudos são oriundos da literatura internacional.
Valores frequentemente utilizados:
- – Inferior a 20 ng/mL: Deficiência
- – 20-29 ng/mL: Insuficiência
- – Maior ou igual a 30 ng/mL: Suficiência
O Departamento de Metabolismo Ósseo e Mineral da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) informou que os valores de normalidade da 25(OH)D vêm sendo discutidos há algum tempo pelas Sociedades. Esse valor de referência de 30 ng/mL havia sido proposto pela Endocrine Society e a SBEM.
O posicionamento do Departamento é de que:
- Maior do que 20 ng/mL é o desejável para população geral saudável;
- Entre 30 e 60 ng/mL é o recomendado para grupos de risco como idosos, gestantes, pacientes com osteomalácia, raquitismos, osteoporose, hiperparatireoidismo secundário, doenças inflamatórias, doenças autoimunes e renal crônica e pré-bariátricos;
- Entre 10 e 20 ng/mL é considerado baixo com risco de aumentar remodelação óssea e, com isso, perda de massa óssea, além do risco de osteoporose e fraturas;
- Menor do que 10 ng/mL muito baixa e com risco de evoluir com defeito na mineralização óssea, que é a osteomalácia, e raquitismo.
Os pacientes, nestes casos, apresentam dor óssea, fraqueza muscular e podem ter fraturas; e acima de 100 ng/mL é considerado elevado com risco de hipercalcemia e intoxicação.
A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) esclarece que a responsabilidade sobre valores de referência é de cada laboratório. Existem diferentes fontes para aplicação dos valores de referência para cada tipo de exame. As formas mais comuns para esta definição são: bulas reagentes (validadas), estudos científicos de literatura (nacional e internacional) e criação dos valores pelo próprio laboratório (com critérios definidos pelo laboratório).
A SBPC/ML, como sociedade científica, não define valores para os laboratórios. A SBPC/ML discute os diferentes temas, publica documentos como recomendações e artigos científicos. Os laboratórios devem reportar os valores que julgarem mais adequados.