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Resposta imunológica contra os parasitos | Biomedicina Padrão

Resposta imunológica contra os parasitos

Por Brunno Câmara - terça-feira, abril 18, 2017

Resposta imunológica contra os parasitos

Para que uma infecção desenvolva-se em um indivíduo são necessárias complexas interações entre o micro-organismo e o hospedeiro, como por exemplo a entrada do patógeno, a invasão e colonização dos tecidos, o escape do sistema imune e a lesão tecidual.

As infecções parasitárias são aquelas causados por protozoários (Plasmodium sp., T. gondii, T. cruzi etc.), helmintos (S. mansoni, Taenia sp., F. hepatica, E. vermicularis etc.) e ectoparasitos (pulgas, carrapatos, piolhos etc.).

A maioria dessa infecções é crônica devido a fraca imunidade inata e a capacidade de os parasitas evadirem ou resistirem à eliminação pela imunidade adaptativa.

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Imunidade inata

Protozoários e helmintos ativam mecanismos diferentes de imunidade inata.

A principal resposta imunológica inata aos protozoários é a fagocitose, porém a maioria desses são resistentes à morte fagocítica, replicando-se dentro de macrófagos.

Os helmintos são muito grandes para serem fagocitados e, além disso, possuem tegumentos espessos que os tornam resistentes às substâncias microbicidas secretadas pelos fagócitos (neutrófilos e macrófagos).

Leia também: Como micro-organismos fagocitados são destruídos

Imunidade adaptativa

Helmintos e protozoários variam muito suas propriedades estruturais e bioquímicas e ciclos de vida, por isso induzem a imunidade adaptativa.

O principal mecanismo de defesa contra protozoários intracelulares é semelhante à defesa contra bactérias intracelulares, ou seja, imunidade mediada por células, particularmente a ativação de macrófagos por citocinas derivadas de linfócitos Th1.

Protozoários que se replicam no interior de células do hospedeiro e causam lise dessas células, como por exemplo o Plasmodium sp., estimulam a produção de anticorpos específicos e ativação dos linfócitos T CD8+ (similar à resposta contra os vírus citopáticos).

A principal defesa contra os helmintos é mediada por linfócitos Th2, resultando na produção de IgE e ativação de eosinófilos.

A interleucina 4 (IL-4) estimula a produção de anticorpos IgE e a IL-5 a ativação e desenvolvimento de eosinófilos e mastócitos. Os eosinófilos produzem enzimas oxidativas e hidrolíticas que são tóxicas para os parasitos.

Dentre os mecanismos de escape estão a mudança de antígenos de superfície; os protozoários “se escondem” do sistema imunológico (vivem dentro da célula ou formam cistos); e há estímulo de linfócitos T reguladores que suprimem a resposta imunológica.

Confira o vídeo abaixo em que eosinófilos atacam um parasito (C. elegans):

Caso não consiga visualizar clique aqui

Referência: Abbas, A. K et al. Imunologia Celular e Molecular. Elsevier, 8ª ed. 2015.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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