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Trabalhando com animais na pesquisa científica | Biomedicina Padrão

Trabalhando com animais na pesquisa científica

Por Brunno Câmara - terça-feira, abril 05, 2016

Muitas pessoas têm interesse pela área da pesquisa científica, e em muitos laboratórios é necessário o uso de animais para fins específicos. Mas antes, existem algumas coisas que você deve saber.

Dependendo da área de concentração da pesquisa, como por exemplo, genética, fisiologia, farmacologia, parasitologia, imunologia, entre outras, os experimentos requerem o uso de animais. Por isso, é muito importante que, antes de decidir ir para a pesquisa, você conheça a rotina do laboratório que você quer entrar.

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Para cada animal, denominado organismo modelo, é necessário um tipo de cuidado.

Existem lugares em que há profissionais, como técnicos, biólogos, zootecnistas ou médicos veterinários, que são contratados exclusivamente para cuidar da saúde e limpeza dos animais. Porém, muitos departamentos não contam com essa ajuda, sendo assim, quem  realiza esses cuidados são os próprios alunos (de IC, mestrado, doutorado etc.), sendo feito um rodízio semanal na maioria das vezes.

Esta tarefa nem sempre é fácil, pois exige que você dedique seu tempo para tal. Por exemplo, se você trabalha com assuntos relacionados a exercícios físicos, vai precisar treinar seus animais de acordo com algum protocolo durante um período específico de tempo.

Experimentos em que o objetivo é verificar a alteração de determinados parâmetros, quando o animal é tratado com algum medicamento ou substância, também precisam que você se programe para realizar o tratamento (isso inclui ir ao laboratório também aos finais de semana).

Organismos modelos mais utilizados

Outro fator importante é o conhecimento das metodologias utilizadas no laboratório, porque alguns experimentos precisam que você realize algum procedimento mais invasivo nos animais, como cirurgia, ou até mesmo os sacrifiquem, e certas pessoas são mais sensíveis a isso do que outras.

Todos os protocolos  devem ser submetidos à aprovação pelo comitê de ética. Deve-se fazer de tudo para que os danos sejam minimizados e, se possível, que métodos alternativos sejam utilizados, diminuindo o sofrimento dos animais.

Caso você não consiga trabalhar com esses organismos, converse com seu orientador sobre a possibilidade de realizar protocolos diferentes ou procure outra área. O importante é respeitar seus limites. Tenha sempre muito respeito pelos animais, pois além de serem seres vivos, eles são a parte mais importante da sua pesquisa.

Trabalhar com organismos modelos é muito legal e interessante, pois como alguns apresentam grande semelhança com a anatomia e a fisiologia humana, possibilitam um maior conhecimento e entendimento dessas áreas.

Além disso, o estudo em animais é parte importante dos estudos  clínicos antes de chegarem nos seres humanos, minimizando os efeitos colaterais e melhorando a eficácia de medicamentos promissores.

Entretanto, como são seres vivos, podem apresentar comportamentos diferentes do esperado, o que pode refletir no tamanho da sua amostra e nos seus resultados.

Então, se você pretende ingressar nessa área, a primeira coisa é ter conhecimento de si próprio e de seus limites. Se você acha que terá dificuldade em trabalhar com esses organismos modelos, analise bem se o local onde você está ingressando oferece uma alternativa ou não. Converse e tire todas as dúvidas com seu possível orientador.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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