Bactérias evoluíram de bacilos para cocos para melhor se adaptar à nasofaringe
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Pesquisadores do INRS-Institut Armand-Frappier Research Centre, analisaram a evolução de duas bactérias patogênicas que habitam a nasofaringe, e chegaram a conclusão de que Neisseria meningitidis e Moraxella catarrhalis mudaram de forma com o tempo, de bacilos para cocos. O artigo foi publicado em julho desse ano, no PLOS Genetics.
Esses dois micro-organismos possuem estruturas em sua superfície que interagem com o sistema imune inato. Os pesquisadores estudaram diferenças entre as estruturas da parede celular, um dos mais potentes moduladores do sistema imune. Com isso, viram que modificações na composição do peptidoglicano (proporção aumentada de pentapeptídeos), e uma mudança de bacilo para coco, foram selecionados durante a evolução da N. meningitidis.
A partir do genoma do ancestral da N. meningitidis, utilizando comparação de genomas entre espécies, eles correlacionaram o surgimento da nova forma celular (coco) com a deleção de um único gene: o yacF.
Após a reconstrução dessa deleção genética, juntamente com a análise da estrutura do peptidoglicano, sugeriu-se que esse gene coordena a transição entre alongamento e divisão da célula. Então, a perda do yacF fez com que a célula também perdesse sua maquinaria de alongamento, levando às mudanças no peptidoglicano observado em N. meningitidis. O mesmo foi observado no ancestral de M. catarrhalis.
Isso sugere uma forte seleção desses eventos genéticos durante a colonização da nasofaringe. Essa seleção pode ter sido forçada pelas interações com o sistema imune, pela necessidade de diminuir a superfície celular exposta aos ataques imunológicos sem reduzir a capacidade de armazenamento, ou pela necessidade de competir melhor para a adesão às células alvo.
Para ler o artigo completo:
Frédéric J. Veyrier, et al. Common Cell Shape Evolution of Two Nasopharyngeal Pathogens. PLOS Genetics, 2015; 11 (7): e1005338 DOI: 10.1371/journal.pgen.1005338