4 dicas para que seu artigo seja aceito

Por Brunno Câmara - segunda-feira, junho 22, 2015

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ARTIGO

Saber lidar com a rejeição de publicação de um artigo científico é um ponto importante para qualquer acadêmico. É necessário equilíbrio emocional, uma habilidade para tirar o melhor das críticas e, algumas vezes, habilidades de negociação. Muitos artigos na literatura científica foram inicialmente rejeitados, frequentemente provocando grandes discussões científicas antes de serem publicados, na mesma revista ou numa outra diferente.

1. Escolha a revista para a submissão

Uma das primeiras decisões que os pesquisadores devem tomar é onde submeter seu manuscrito. É importante saber que tipo de artigo você tem e quem poderia estar potencialmente interessado nele. Você não quer perder seu tempo enviando-o para revistas que sequer darão uma boa olhada nele.

Para quem está começando na área científica e não tem certeza para qual revista mandar seu trabalho, peça sugestões a colegas mais experientes. Também é possível averiguar o interesse da revista, enviando um sumário do artigo, antes de dar início ao trabalhoso processo completo de submissão.

2. Formatação

Depois de selecionar a revista, é hora de formatar o artigo, de maneira que ele preencha os requisitos da revista. Todas as revistas têm um conjunto de normas para a submissão. Verifique as instruções sobre tamanho, estrutura, definição de termos técnicos, e leia vários artigos de outros pesquisadores já publicados na revista para ter uma ideia do estilo e tom.

Uma vez submetido, é um jogo de espera. Em alguns casos, os editores da revista vão decidir não enviar o artigo para revisão. Essa decisão deve demorar algumas semanas. Se seu artigo passar por essa primeira avaliação, o processo de revisão pode durar de semanas até meses. Muitas revistas, como as do Cell Press, PNAS e Scientific Reports, dizem que tentam responder às submissões dentro de três semanas a um mês.

3. Saiba lidar com a rejeição

Saber lidar com uma rejeição passada, pode ser fundamental para que seu artigo seja aceito. Se a tão aguardada resposta é a temida carta de rejeição, respire fundo, e leia tudo para ter uma ideia dos pontos principais, depois deixe de lado. A emoção fala mais alto quando você obtém uma resposta negativa. Mais tarde, volte e olhe racionalmente o que foi falado e como isso pode ser resolvido.

Algumas revisões podem ser duras ou não acrescentar em nada, mas outras podem oferecem bons conselhos. Nunca pense que os editores estão contra você, pelo contrário, sempre assuma que eles estão tentando te ajudar na elaboração de um artigo melhor.

4. Não desista no primeiro NÃO

Tenha em mente que nenhuma revista é a chave para o sucesso na sua carreira. Em 1937, a revista Nature rejeitou um artigo de Hans Krebs sobre o hoje conhecido Ciclo de Krebs, que foi publicado alguns meses depois na revista Enzymologia. Tanto a Nature, como a Science, rejeitaram o artigo de Kary Mullis sobre a reação em cadeia da polimerase (PCR), que acabou sendo publicada em 1987 na Methods in Enzymology.

O artigo de Lynn Margulis sobre a teoria endossimbiótica, aquela que descreve como uma célula hospedeira e uma bactéria ingerida poderiam facilmente ficar dependentes uma da outra para a sobrevivência, dando origem às células eucarióticas, foi rejeitado 15 vezes antes de ser publicado no Journal of Theoretical Biology em 1967.

Segundo pesquisadores experientes, o importante é publicar o artigo. Se ele for bom, novo, verdadeiro e importante, as pessoas irão achá-lo.

Com informações do texto Riding Out Rejection do site The Scientist

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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