Espécies da bactéria “Ureaplasma” relacionadas com aumento de amônia plasmática
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Uma semana após realizar um transplante de pulmões, um homem que aparentemente estava se recuperando bem, em um hospital de Chicago, EUA, começou a ter episódios de confusão mental e delírios. Foram realizados exames cerebrais, que não detectaram nada de errado. Foi então dosado o nível de amônia em seu sangue, que tinha aumentado muito, e continuou aumentar até mesmo depois da diálise para remover a toxina. Após 40 dias da cirurgia, ele veio a falecer.
Um novo estudo relacionou uma espécie de bactéria, que habita normalmente o trato urinário, com a causa da doença fatal do paciente, e também à morte de outros pacientes transplantados.
Apesar de o nosso corpo produzir pequenas quantidades de amônia, provenientes do metabolismo dos aminoácidos, as enzimas hepáticas transformam a substância, que é tóxica para o organismo, em um composto mais seguro, a ureia, que é excretada na urina. Em alguns receptores de órgãos e pacientes oncológicos, a quantidade de amônia plasmática aumenta. Apesar da hiperamonemia ser incomum, quando ocorre é desastrosa. O cérebro inflama, o paciente entra em coma, e depois morre.
Pesquisadores encontraram evidência de que a causa do aumento dos níveis de amônia plasmática foi devido a bactéria Ureaplasma urealyticum, encontrada em amostras da bexiga, baço, fígado e pulmões do paciente. Em outros três pacientes que também morreram devido à hiperamonemia, houve evidência de infecção por U. urealyticum ou U. parvum. O artigo foi publicado no periódico Science Translational Medicine, de 22 de abril de 2015.
Dois pacientes transplantados com o mesmo quadro clínico e infecção pelas bactérias, mas que ainda estavam vivos, foram tratados com antibióticos e se recuperaram. Os micro-organismos são vulneráveis a três famílias de antibióticos, então a combinação de drogas seria a melhor escolha para prevenir a resistência.
As espécies de Ureaplasma são dependentes da hidrólise de ureia para produção de energia, e como produtos sobram amônia e dióxido de carbono. O diagnóstico é difícil por que elas não crescem em meios de cultura tradicionais. As infecções passam despercebidas e podem ser responsáveis por vários outros casos em hospitais.
A. Bharat, S. A. Cunningham, G. R. Scott Budinger, D. Kreisel, C. J. DeWet, A. E. Gelman, K. Waites, D. Crabb, L. Xiao, S. Bhorade, N. Ambalavanan, D. F. Dilling, E. M. Lowery, T. Astor, R. Hachem, A. S. Krupnick, M. M. DeCamp, M. G. Ison, R. Patel,Disseminated Ureaplasma infection as a cause of fatal hyperammonemia in humans. Sci. Transl. Med. 7, 284re3 (2015).