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As polimixinas compõem um grupo de antimicrobianos específicos contra bactérias gram-negativas. Cepas de Bacillus polimyxa deram origem ao nome desses antibióticos. No total, são cinco substâncias semelhantes, que recebem o nome de polimixina A, B, C, D e E. Em especial, a polimixina E é chamada de colistina, pois é produzida pelo Bacillus colistinus. Como são muito tóxicas, apenas as polimixinas B e E são utilizadas na prática clínica.
A polimixina B tem excelente atividade contra Acinetobacter spp, Pseudomonas aeruginosa, Citrobacter spp, E. coli e Klebsiella spp. Possui sensibilidade mais variável a outras bactérias gram-negativas.
As polimixinas não possuem atividade contra bactérias gram-positivas e fungos. Desde sua introdução clínica, sua atividade bactericida permaneceu praticamente sem alterações, porém já existem relatos de resistência à esse grupo de antibióticos.
Mecanismo de ação
As polimixinas atuam nas membranas externa e citoplasmática das bactérias, sendo moléculas anfipáticas (possuem região hidrofílica e região hidrofóbica), atuando semelhantemente a detergentes catiônicos simples.
As moléculas se ligam a fosfolipídeos e lipopolisacarídeos (LPS), deslocando íons Ca e Mg, que normalmente estabilizam as membranas da bactéria, fazendo com que essas membranas sejam rompidas, levando à morte celular.
Toxicidade
No passado, como existiam outros antibióticos menos tóxicos, as polimixinas deixaram de ser utilizadas com frequência.
Mas, a partir dos anos 90, com o surgimento das bactérias multirresistentes, causando infecções hospitalares, o interesse pelo uso das polimixinas surgiu novamente.
O principal problema do uso desse grupo de antimicrobianos é a nefrotoxicidade e a neurotoxicidade, porém, muitas vezes, acaba sendo a única/última alternativa em casos de infecções por gram-negativos multirresistentes.
MENDES, C. A. C.; ABURDMANN, E. Polimixinas: revisão em ênfase na sua nefrotoxicidade. Rev Assoc Med Bras, v. 55, n. 6, p. 752-9, 2009.