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A importância da dosagem de D-dímeros no diagnóstico clínico | Biomedicina Padrão

A importância da dosagem de D-dímeros no diagnóstico clínico

Por Brunno Câmara - terça-feira, março 03, 2015

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Quando a cascata da coagulação é iniciada, a trombina formada converte fibrinogênio em monômeros de fibrina. Esses monômeros, compostos de um domínio E e dois domínios D, através de ligação cruzada, formam um coágulo de fibrina insolúvel.

Monômero de Fibrina

Essa ligação cruzada é uma ligação covalente, que liga irreversivelmente os domínios D de duas moléculas de fibrina adjacentes.

Coágulo

Em pessoas saudáveis, o processo de formação do coágulo é finalmente balanceado com o início simultâneo da sua própria degradação, chamado fibrinólise, para garantir que o vaso sanguíneo não seja ocluído.

A fibrinólise é mediada pela enzima plasmina, que tem a habilidade de clivar fibrinogênio e fibrina em uma mistura heterogênea, chamada produtos da degradação de fibrina (PDFs).

Contudo, a ligação covalente formada entre os dois domínios D é resistente à degradação da plasmina.

Os PDFs que contêm os dois domínios D são chamados de D-dímeros e são exclusivamente provenientes da ligação cruzada dos monômeros de fibrina.

D-dímeros

Quando a dosagem de D-dímeros é solicitada

● Triagem para eventos tromboembolíticos

Como os D-dímeros são produtos exclusivos da fibrinólise, ou seja, degradação da fibrina, sua presença é uma indicativa de que houve formação de coágulo e sua subsequente degradação ocorreu.

Níveis elevados de D-dímeros estão presentes em uma variedade de condições em que o sistema de coagulação foi ativado. Sendo assim, D-dímeros são utilizados na triagem de casos em suspeita de tromboses e embolismos.

● Auxiliar no diagnóstico e tratamento de CIVD (Coagulação Intravascular Disseminada)

A CIVD é uma síndrome composta de trombose e hemorragia devido a liberação desregulada de trombina na circulação geral. Isso faz com que haja formação de micro coágulos disseminados na circulação, causando isquemia tecidual e dano aos órgãos.

A resposta do nosso corpo é ativar o sistema fibrinolítico. Plasmina é formada, que quebra as moléculas de fibrina, numa tentativa de manter o hemostasia. Porém, fibrinogênio também é degradado no processo, e o resultado é a hemorragia.

Qual tipo de amostra é usada para realização do teste

A amostra utilizada na dosagem dos D-dímeros é a mesma utilizada nos exames TAP, TTPa, fibrinogênio etc, ou seja, plasma obtido com citrato de sódio, após centrifugação.

Como o teste é realizado

Existem testes manuais semi-quantitativos e testes automatizados, mas ambos utilizam o mesmo princípio. Anticorpos monoclonais são adsorvidos em micropartículas de poliestireno ou látex. Esses anticorpos são altamente específicos para os D-dímeros.

Quando o plasma contendo os D-dímeros é misturado com as micropartículas tem-se agregação dessas. A extensão da agregação é proporcional à concentração de D-dímeros presentes.

Em testes automatizados a metodologia utilizada é a imunoturbidimetria (leia mais sobre metodologia aqui). Isso significa que, quanto menor a quantidade de luz transmitida, maior a concentração de D-dímeros.

Referência: SYSMEX. The role of the D-dimer test in clinical diagnostics. Julho, 2012.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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