­
­
Marcadores sorológicos da Hepatite B | Biomedicina Padrão

Marcadores sorológicos da Hepatite B

Por Brunno Câmara - sábado, janeiro 10, 2015

Antes de continuar a leitura do texto, quero te convidar para conhecer meus cursos:

Continue agora com a sua leitura do texto. Espero que goste.

Existem seis marcadores sorológicos disponíveis rotineiramente para serem utilizados no diagnóstico de hepatite B aguda e crônica, no acompanhamento dos pacientes, e na indicação e monitorização do tratamento. Estes marcadores estão descritos a seguir:

HBsAg (Antígeno de superfície do vírus B)

Quando há presença do HBsAg é indicativo de infecção em curso, sendo ele encontrado tanto na forma aguda quanto na crônica. É o primeiro marcador a aparecer, podendo ser detectado 1 a 2 semanas após a exposição ao vírus.

Na infecção aguda autolimitada, desaparece na fase de convalescença, 2 a 4 meses após seu surgimento. A persistência do HBsAg por mais de 24 semanas é indicativa de hepatite crônica.

Anti-HBc IgM (Anticorpo IgM contra o antígeno core do vírus B)

Sua presença indica infecção aguda, sendo o primeiro anticorpo detectável. É encontrado no soro até 32 semanas após a infecção.

O anti-HBc IgM e o anti-HBc total podem ser os únicos marcadores detectados em pacientes com hepatite aguda fulminante e no período entre o desaparecimento do HBsAg e o aparecimento do anti-HBs.

Anti-HBc total (Anticorpos totais contra o antígeno core do vírus B)

É o melhor marcador de exposição ao vírus B.

Está presente na infecção aguda, na infecção crônica e em pacientes que se recuperaram totalmente da doença, indicando contato prévio com o vírus.

HBeAg (Antígeno “e” do vírus B)

É um marcador de replicação viral, sendo sua positividade indicativa de alta infecciosidade. Na infecção aguda autolimitada, desaparece em cerca de 2 a 6 semanas.

Sua persistência após 8 a 10 semanas sugere fortemente a possibilidade de evolução para a forma crônica. Na infecção crônica, está presente enquanto houver alta replicação viral, a não ser em casos em que uma mutação impede a produção do HBeAg.

Anti-HBe (Anticorpo contra o antígeno “e” do vírus B)

Geralmente, é detectado após o desaparecimento do HBeAg, sugerindo redução ou ausência de replicação viral, exceto nas cepas com mutação pré-core (não produtoras da proteína “e”). Persiste detectável por 1 a 2 anos. Alguns indivíduos não desenvolvem níveis detectáveis de anti-HBe.

Anti-HBs (Anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus B)

É um anticorpo protetor, neutralizante. Está presente, geralmente, após o desaparecimento do HBsAg, indicando resolução da infecção e imunidade.

É encontrado isoladamente em pessoas vacinadas. Cerca de 5 a 15% dos pacientes que se recuperaram clínica e laboratorialmente da doença não apresentam anti-HBs detectável.

Quadro comparativo

Fonte: Marcadores Sorológicos da Hepatite B, Dra. Lilian Mello Soares, Assessoria Médica Lab Rede.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
| Contato: @biomedicinapadrao | WhatsApp |