Corantes usados no esfregaço hematológico
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Os corantes para esfregaços sanguíneos são uma mistura de corantes de características neutras, dependentes do pH da solução corante, que em condições apropriadas coram os componentes nucleares e citoplasmáticos dos leucócitos, com predominância de tons vermelhos (quando ácidos) e azulados diversos (quando básicos).
Primeiramente temos que entender as características do pH desses corantes:
O azul de metileno é um corante básico que reage com componentes ácidos das células e tecidos, os quais incluem grupos fosfatos, ácidos nucléicos, grupos sulfatos de glicosaminoglicanas e grupos carboxila das proteínas. Estruturas celulares que se coram com corantes básicos são denominadas basófilas. São exemplos: heterocromatina, nucléolo, RNA ribossômico, matriz extracelular da cartilagem. Cor: azul.
A eosina é um corante ácido que reage com componentes básicos das células e tecidos. Quando usada juntamente com corantes básicos como o azul de metileno, coram o citoplasma, filamentos citoplasmáticos e fibras extracelulares. A eosina geralmente cora as estruturas em vermelho ou rosa.
Corante básico → cora estruturas ácidas, chamadas basófilas
Corante ácido → cora estruturas básicas, chamadas acidófilas/eosinófilas
May-Grunwald-Giemsa, Leishman e Wright
O corante de May-Grunwald (1902) é uma mistura de eosina e azul de metileno (não oxidados), que quimicamente se transforma em eosinato de azul de metileno.
Giemsa (Alemanha) desenvolveu, no mesmo período, um corante que leva seu nome e que hoje se sabe ser uma mistura de azur II (mistura equimolar de azur 1 e azul de metileno) e eosinato de azur II (corante formado pela combinação equimolar de azur 1, azul de metileno e eosina amarelada).
Esses dois corantes são utilizados através de um método de coloração mais demorado, em que, após fixação e coloração pelo May Grunwald, se processa uma segunda coloração com solução de Giemsa, obtendo-se um resultado final melhor e mais detalhado.
A necessidade de um único corante, que pudesse corar globalmente os elementos celulares com os detalhes do MG-Giemsa, levou ao desenvolvimento de novos corantes: Leishman (Inglaterra,1901) e Wright (Inglaterra,1902). São corantes basicamente idênticos, compostos de eosina amarelada e produtos de oxidação do azul de metileno. A diferença entre ambos se restringe ao fato de que o processo de maturação é mais longo na feitura do corante Leishman (em pó).
Estes corantes são dissolvidos em álcool (em geral metanol).
Técnica 1: primeiro coloca-se o corante dissolvido em metanol, depois a água destilada.
Técnica 2: os corantes estão separados. Primeiro fixa-se a lâmina com metanol (frasco 1) por alguns segundos, logo após mergulha-se algumas vezes no frasco de eosina (frasco 2) e depois no de azul de metileno (frasco 3). Enxagua-se e deixa secar.
A técnica pode variar, mas o resultado esperado é praticamente o mesmo para todos:
Hemácias: róseo
Plaquetas: azul
plaquetas e hemácias
Leucócitos:
• Linfócitos
núcleo: azul violeta
citoplasma: azul
linfócito
• Monócitos
núcleo (lobulado): azul violeta
citoplasma: azul claro
monócito
• Granulócitos
Neutrófilos polimorfonucleares
núcleo: azul escuro
citoplasma: rosa pálido
granulações: de tons róseos a azul claro
neutrófilo segmentado
• Basófilos
núcleo: púrpura a azul escuro
granulações volumosas, cobrindo todo o citoplasma: azul escuro
basófilo
• Eosinófilos
núcleo: azul
citoplasma: rosa pálido
grânulos volumosos: vermelho a vermelho laranja
eosinófilo
Com informações de Doles Reagentes