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Gasometria arterial | Biomedicina Padrão

Gasometria arterial

Por Brunno Câmara - quarta-feira, setembro 05, 2012

Antes de continuar a leitura do texto, quero te convidar para conhecer meus cursos:

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A gasometria consiste na leitura do pH e das pressões parciais de O2 e CO2 em uma amostra de sangue. A leitura é obtida pela comparação desses parâmetros na amostra com os padrões internos do gasômetro. Essa amostra pode ser de sangue arterial ou venoso, porém é importante saber qual a natureza da amostra para uma interpretação correta dos resultados.

Quando escolher a gasometria arterial ou a venosa?

Quando se está interessado em uma avaliação da performance pulmonar, deve ser sempre obtido sangue arterial, pois esta amostra informará a respeito da hematose e permitirá o cálculo do conteúdo de oxigênio que está sendo oferecido aos tecidos. No entanto, se o objetivo for avaliar apenas a parte metabólica, isso pode ser feito através de uma gasometria venosa.

Parâmetros normais para gasometria arterial

pH
A avaliação do pH serve para determinar se está presente uma acidose ou uma alcalose. Um pH normal não indica necessariamente a ausência de um distúrbio ácido-básico, dependendo do grau de compensação. O  desequilíbrio  ácido-básico  é  atribuído  a  distúrbios  ou  do  sistema  respiratório  (PaCO2)  ou metabólico.

PaO2 ou PO2
A  PaO2  exprime  a  eficácia  das  trocas  de  oxigênio  entre  os  alvéolos  e  os  capilares pulmonares,  e  depende  diretamente  da  pressão  parcial  de  oxigênio  no  alvéolo,  da  capacidade  de difusão  pulmonar  desse  gás,  da  existência  de  Shunt  anatômicos  e  da  reação  ventilação / perfusão pulmonar. Alterações desses fatores constituem causas de variações de PaO2.

PaCO2 ou PCO2
A pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar, sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, dada a grande difusibilidade deste gás. Seus valores normais oscilam entre 35 a 45 mmHg.

  • Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando, e se o pH estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória.
  • Se a PaCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilando, e se o pH estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória.

HCO3- (bicarbonato)
As  alterações  na  concentração  de  bicarbonato  no  plasma  podem  desencadear desequilíbrios ácido-básicos por distúrbios metabólicos.

  • Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose Metabólica.
  • Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose Metabólica.

BE (Base excess)
Sinaliza o excesso ou déficit de bases dissolvidas no plasma sanguíneo.

SatO2 (%)
Conteúdo de oxigênio/Capacidade de oxigênio; corresponde à relação entre o conteúdo de oxigênio e a capacidade de oxigênio, expressa em percentual.


Acidose Respiratória (Aumento da PaCO2)

Qualquer fator que reduza a ventilação pulmonar, aumenta a concentração de CO2 (aumenta H+ e diminui pH) resulta em acidose respiratória.

Hipoventilação →  Hipercapnia (PaCO2 > 45mmHg) → Acidose respiratória

Alcalose Respiratória (Diminuição da PaCO2)

Quando a ventilação alveolar está aumentada, a PaCO2 alveolar diminui, consequentemente, haverá diminuição da PCO2 arterial menor que 35mmHg, caracterizando uma alcalose respiratória (diminuição de H+, aumento do pH).

Hiperventilação → Hipocapnia (PaCO2 < 35mmHg) → Alcalose respiratória


Acidose Metabólica (Diminuição de HCO3-)

O distúrbio ácido-básico que mais frequentemente se observa na prática clínica é a acidose metabólica. A administração de HCO3- por via venosa está indicada quando o pH < 7.25, na maioria dos casos.

↓ HCO3- ( < 22  mEq/L)   e   ↓ pH ( < 7,35)

Alcalose Metabólica (Aumento de HCO3-)

A alcalose metabólica verifica-se quando o corpo perde muito ácido. Pode desenvolver-se quando a excessiva perda de sódio ou de potássio afeta a capacidade renal para controlar o equilíbrio ácido-básico do sangue.

↑ HCO3- ( > 28 mEq/L)   e   ↑ pH ( > 7,45)

Em breve haverá um post sobre os mecanismos de compensação dessas alterações.

Referências

  • Gasometria: interpretação e quando intervir; Ana Cristina Simões e Silva, Professora Asisitente Mestre do PED-UFMG;
  • Gasometria arterial. Liga `Pernambucana de Emergências.
    • Alterações do equilíbrio ácido base - Vol I – 323; 324 – Fundamentos da circulação extracorpórea.

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Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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