­
­
Será o fim do choque séptico? | Biomedicina Padrão

Será o fim do choque séptico?

Por Brunno Câmara - sábado, janeiro 07, 2012

Antes de continuar a leitura do texto, quero te convidar para conhecer meus cursos:

Continue agora com a sua leitura do texto. Espero que goste.

Pesquisadores descobriram um novo método para prevenir o choque séptico, uma  reação inflamatória do corpo frequentemente fatal. Ele é a mais frequente causa de morte nas UTIs dos hospitais. Na sepse, a inflamação aguda é seguida por baixa pressão arterial e coágulos sanguíneos, causando a falência dos órgãos. Recentemente, o jogador de futebol Sócrates, morreu pelas consequências dessa condição.

Em um recente estudo publicado no periódico Immunity, os pesquisadores descreveram como o bloqueio de uma particular forma de morte celular (necroptose, uma mistura de necrose com apoptose) protege totalmente os camundongos dessa inflamação fatal. “Bloqueando a necroptose, encontramos a possibilidade de um novo alvo para uma terapia” disse Peter Vandenabeele, pesquisador da VIB e Universidade de Gante, Bélgica.

Sepse e SRIS

Os cientistas estudaram a Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS). Essa é uma reação inflamatória severa que afeta todo o corpo. Pode ser causada por uma infecção, como na sespe, ou por danos físicos como em queimaduras severas ou um acidente de carro grave.

Papel do TNF na SRIS

A citocina Fator de Necrose Tumoral (TNF) tem um papel crucial na ocorrência da SRIS. A presença do TNF pode induzir as células a causar a inflamação e programar a morte celular. A inflamação é uma resposta necessária do corpo gerada, entre outras coisas, para prevenir ou restaurar os danos quando injúrias e infecções ocorrem. A morte celular programada pode ocorrer de duas formas: via apoptose ou necroptose. A diferença entre as duas formas de morte encontra-se, entre outras coisas, na comunicação com o sistema imunológico. A necroptose geralmente provoca uma intensa reação pelo sistema imune enquanto que a apoptose prossegue despercebida.

RIPK: Um potencial alvo terapêutico no tratamento da SRIS e da Sepse

Os pesquisadores descrobriram que a eliminação da apoptose nos comundongos não causou nenhum impacto na SRIS letal enquanto que a eliminação da necroptose ofereceu proteção total contra a condição. Eles conseguiram isso pela eliminação das moléculas RIPK, receptores de serina/treonina quinases.

Os experimentos mostraram que essas moléculas têm um importante papel na SRIS e sepse e parecem ser um potencial alvo no desenvolvimento de drogas para o tratamento dessas condições. Pesquisas futuras devem esclarecer as potenciais aplicações dessa descoberta.

Referência
Targeted Blocking of Cell Death Prevents Fatal Condition Septic Shock. Science Daily <
http://migre.me/7rbXn>

Science Daily

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
| Contato: @biomedicinapadrao | WhatsApp |