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5 dicas para fazer um esfregaço sanguíneo perfeito | Biomedicina Padrão

5 dicas para fazer um esfregaço sanguíneo perfeito

Por Brunno Câmara - quinta-feira, dezembro 08, 2016

Sinonímia: distensão sanguínea e extensão sanguínea.

O laboratório de hematologia evolui muito nas últimas décadas, com as contagens celulares geradas por aparelhos automatizados substituindo as técnicas manuais.

A tradicional revisão da contagem diferencial de leucócitos de cada amostra, através da análise microscópica, caiu em desuso na maioria dos laboratórios que possuem tais aparelhos.

O motivo para isso é a maior precisão das contagens automatizadas em comparação com os métodos de contagem manual.

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Apesar disso, sabe-se que a superioridade da contagem automatizada é limitada a amostras com leucócitos maduros e bem caracterizados. Na presença de qualquer alteração nas células e de leucócitos imaturos deve-se realizar a revisão da lâmina hematológica para um diagnóstico mais preciso.

1. Fique de olho nos flags

Os analisadores hematológicos fornecem informações qualitativas na forma de “flags”, ou alarmes, que alertam o analista clínico para a presença de possíveis resultados errôneos devido a variáveis interferentes, assim como a presença de células anormais.

Baseado nisso, apenas amostras com resultados acima ou abaixo dos valores de referência e/ou com a presença de flags, precisam ser revisadas microscopicamente.

2. Componentes essenciais

Para ter valor significativo, o esfregaço sanguíneo deve ser bem realizado. Quatro componentes são essenciais para o resultado final:

  • A qualidade da distensão;
  • A qualidade da coloração;
  • A qualidade do microscópio;
  • A experiência do microscopista.

3. Fazendo o esfregaço sanguíneo

O esfregaço manual é feito colocando-se uma gota de sangue em um lado da lâmina, e espalhando-a rapidamente com uma outra lâmina ou extensora, em um determinado ângulo.

Uma boa distensão é grossa na extremidade onde a gota foi colocada e torna-se progressivamente mais fina, com uma boa separação das células na outra extremidade. Ela deve ocupar a área central e não tocar nas margens da lâmina.

Produzir uma distensão sanguínea de qualidade requer prática.

4. Fatores que influenciam na qualidade

Velocidade - Quanto mais rápida a lâmina distensora for movida, maior e mais fina será a distensão. Quanto mais lenta a lâmina for movida, menor e mais grossa a distensão será.

Ângulo - Um ângulo maior que 30° deixa a distensão mais grossa; menor que 30° a distensão fica mais fina.

Tamanho da gota de sangue - Uma pequena gota de sangue (10-15 µL) é o suficiente para preparar uma distensão com comprimento adequado; uma gota grande pode fazer com que a distensão se estenda além do comprimento da lâmina.

Hematócrito - A viscosidade (hematócrito) do sangue, também irá afetar a distensão. O sangue de um paciente com anemia terá uma menor viscosidade e a distensão ficará muito fina se o ângulo não for aumentado. O oposto também é verdadeiro no caso de um paciente com policitemia.

Esfregaço sanguíneo

a) esfregaço de má qualidade; b) esfregaço de boa qualidade

5. Distensões muito finas ou muito grossas são um problema

Quando são muito finas as distensões podem fazer com que os eritrócitos pareçam esferócitos e também aumentar o número de leucócitos, como monócitos e neutrófilos, na cauda. O resultado é uma contagem diferencial incorreta.

Em casos em que a distensão fique muito grossa, a área de contagem será muito pequena. Pelo menos 10 campos, onde 50% dos eritrócitos não se sobrepõem, são necessários para uma contagem diferencial precisa.

Confira: Corantes utilizados no esfregaço hematológico

Referência: Dacie and Lewis, Practical Haematology, 9th edition, Edited by SM Lewis, BJ Bain, I Bates, Chapter 4: Preparation and staining methods for blood and bone marrow smears, pág. 50.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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